Quando a minha filha nasceu tinha toda uma panóplia de coisas compradas para ajudar o processo de amamentação. Comprei discos, cremes, soutiens com fartura, camisas de noite apropriadas, e até escolhi roupa onde pudesse facilmente tirar a mama para alimentar a miúda. De nada valeu porque a Mada não agarrou o meu peito. Na maternidade tive um sem número de enfermeiras à minha volta na tentativa de pôr a miúda a mamar, e a certa altura já estava com os peitos tão doridos que pedi para pararem. Chorei algumas noites a pensar que não estava a fazer alguma coisa bem. Olhava para ela no berço, calma e serena, sem pedir para comer. Confesso que me fez confusão e de horas em horas tocava na campainha para me darem 30 ml de leite para a minha filha beber. Parecia que estava a pedir um croissant misto e meia de leite. O resultado dos dias que lá estive foi a perda de peso dela e a preocupação que isso me trouxe. O meu marido foi a melhor pessoa, esteve sempre do meu lado, nunca me pressionou e sempre me fez valer que as coisas muitas vezes são como são, e se ela preferia a tetina do biberão à maminha da mãe, pois eu teria de aceitar. Passamos muitas noites entre o som da minha bomba a tirar o leite e ele com ela nos braços a dar de biberão. Sempre que fosse possível bebia o meu leite e aos poucos ia acrescentando da fórmula.
O meu peito explodia e eu ansiava por tirar coloca-la perto e esperar que agarrasse, mas deixei de me sentir mal pelo facto de a minha filha não pegar, e acreditem, não foi por falta de tentativas. Assumi que fosse só preguiçosa, aliás adoro dizer que foi preguiçosa para nascer e dar a volta e também para mamar. Faz parte dela. Passei-lhe boas imunidades, passei-lhe o meu leite até conseguir e fomos felizes.
Agora o receio volta a instalar-se, não sei o que é dar de mamar e adorava saber. Quero muito que esta bébé mame, quero aprender a desfrutar de um acto que considero tão bonito, e gostava de ter essa experiência. Não sei se vai ser fácil, não sei como me vou gerir, afinal gerir um biberão onde um pode dar e deixar o outro dormir é bastante mais fácil, com dar de mamar só pode ser comigo fico mais preocupada. Assusta-me porque tenho experiência na maternidade, mas zero na amamentação. Vou manter-me positiva, calma e aceitar o que for. Também já sei que não me voltam a fazer passar pelo mesmo, vou levar para a maternidade um biberão com tetina apropriada, leite adaptado para recém nascido e toda a panóplia que achar necessário para alimentar a minha filha. Não a quero ver perder peso, não quero ter a pressão de a colocar na mama, não quero sentir que a enfermeira faz um sacrificío para me trazer uma miséria de leite para ela beber. Sou mãe e tenho toda a credibilidade para dar a minha filha o que acho melhor. Vou fazer de tudo e esperar que esta cheire o leite e venha a correr mamar, se não acontecer também já sei o que fazer.
Aceitar que muitas vezes nem tudo está ao nosso controle faz-me sentir que cresci, amadureci e que ser mãe trouxe-me uma melhor aceitação que podemos fazer de tudo para nos sairmos bem, não significa que consigamos sempre. Só quero que elas saibam que são o maior amor da minha vida e que tudo o que faço por elas é por amor*
Tão bonito <3
ResponderExcluirUma verdadeira declaração de amor.
Beijinho